sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Essa é a estória de um amigo meu!!!

Essa não é só a estória de um amigo meu, é também a narração de despedida que ele utilizou no momento em que deixou o Diretório Acadêmico da AEDB em 2006 na reunião de direção da Instituição de ensino. Estavam presentes no momento, todos os coordenadores de cursos de graduação e pós, o Presidente e fundador da AEDB, prof Esteves, ao qual ele quiz homenagear.
Eis o fato:

Menino de família humilde, carente de pai, e por influencia da irmã mais velha que já trabalhava, pediu a mãe que o deixaste a trabalhar também, assim quem sabe pegaria juízo e deixaria de fato a vida de vício dos fliperamas, o ano era 1993.

Procurou então Dona Cida, secretária de uma empresa que adestrava jovens afim de inserí-los nas empresas, comércio ou alguém que solicitasse este tipo de aprendizes.

Após passar pelo programa de treinamento, palestras exaustivas porém necessárias, vieram as chances de trabalho. Entre ser jardineiro, porteiro e outras atividades menos interessantes que nada eram de sua ambição, esperou a hora certa de uma entrevista em uma empresa.

Dona Cida então marcou uma entrevista para o meu amigo às 15:00 hs na I.Q.R, e ele como havia aprendido nas palestras, chegara meia-hora de antecedência.

Logo na portaria, encontrou outros colegas da mesma empresa de menores já prestando serviços na I.Q.R e ficou muito feliz observando-os como colegas de trabalho. Mas um outro, que acabara de fazer a entrevista foi saindo e dizendo-lhe que havia sido contratado.

_ Mas como? Se a entrevista é somente às 15:00hs! Puxa, eles tinham já as manhas, chegaram com uma hora de antecedência e abocanharam a vaga... é assim que funciona.

Mas o amigo aprendeu com o fato, porém existem casos, e existem casos!!!

Acabou aceitando a vaga em uma gráfica, onde até gostava, apesar da falta de paciência em ir todos os dias, e sempre comprometia o absenteísmo. Pediu pra sair depois de alguns meses.

Surgiu a vaga em um comércio. Onde logo não gostou. Era uma pequena loja. Na parte superior do estabelecimento funcionava uma confecção de uniformes, jalecos e similares. Sinceramente ele não via espectativas em permanecer no local. Após dois meses pediu para sair.

Foi oferecido uma vaga ao qual ele lutou bravamente, com todas as chances, literalmente.

Era para se apresentar na próxima terça-feira às 19:00 hs ao professor que não recordava mais o nome, na Associação Educacional Dom Bosco. Era sua chance. Estudava ele no Souza Dantas, e às terças-feiras suas aulas tinha término às 16:20 hs. Perfeito. Ele podia pegar o ônibus às 16:30 hs ali mesmo na frente, na rodoviária, já que o Colégio onde estudava ficava na mesma praça e chegar até a AEDB antes de seus concorrentes.

O único problema é que às treças-feiras havia episódios de ' Barrados no Baile' uma série americana em que toda turma, fãs de Kelly Taylor, Brandon Walsh, Brenda Walsh e cia, nunca perdiam um capítulo, começava às 17:00 hs, mas não adiantava, naquela terça-feira era ele o Barrados no Baile, e foi igual um doido atrás da vaga. Tanto é, que quando o ônibus parou em frente a AEDB, saiu correndo feito maluco e quase foi atropelado, hoje em dia colocaram umas faixas lá, com quebra-molas que parecem mais quebra-pára-choque, de tão altos que são, mas enfim, chegara a AEDB às 16:45hs.

Não entendia muito bem o que era uma faculdade. Só sabia que era para lá que os estudantes iam depois do 2º Grau. No colégio, seus amigos também não sabiam muita coisa. Um de seus amigos, que tinha um irmão na faculdade disse que lá podia sair a hora que quisesse, chegar a hora que quisesse e não precisava pedir ao professor para ir ao banheiro, além disso lhe informara que na faculdade havia muitas meninas bonitas.

E isto foi o que lhe entusiasmou muito, pois naqueles dias estava mesmo se sentindo o Dom Juan da escola. Havia dado a poucos dias um beijo na menina mais bonita do turno da tarde. Tudo bem que ele não conseguisse pegar a mais bonita da facul, mais já logo imaginara que podia ter uma escolha no mínimo mediana..que loucura to escrevendo!!!

Voltemos ao caso...

Chegando ao hall de entrada, avistara um senhor de cabelos brancos e fala convincente que logo quiz saber o motivo de sua visista. Sem rodeios, dizia ele de sua estada ali era achar o professor para a entrevista, porém o nome ficarei devendo a vocês pois não decorei, melhor dizendo, meu amigo não decorou devido ao momento que Dona Cida lhe convidara a entrevista, escreveste o nome do tal professor em um papelzinho, impossibilitando-o a necessidade de decorar e ou mesmo confundir o nome.

Assim, o professor lhe disse após ler o papel: "_ O problema é que este professor só estará aqui apartir das 19:00hs, e para você ganhar tempo, lhe darei uma carona até ao centro e depois você retorna".

O problema começou ali, pois ele não podia contar a ele o porque chegaste tão cedo e além disso, Dona Cida lhe dava dois vales tranportes. Um para ir, e outro para voltar, logicamente. Se ele já utilizara um para ir, e voltaste de carona com o senhor de cabelos brancos, se fosse novamente de ônibus, iria voltar como?

Pensava ele: "_ Não posso ir lá na Dona Cida lhe pedir outro vale, pois assim terei que lhe dizer o porque fui bem antes, e de certa forma não considerava ético tentar fazer a entrevista antes de todo mundo chegar, porém como havia dito, lutava com todas as armas por este emprego. A 2º opção seria ir na casa de sua tia, que morava em um bairro próximo e pedir um dinheirinho para pagar a condução, o risco seria não encontrá-la e perder mais tempo. A 3º opção seria voltar a pé, pois ainda era fim de tarde e podia fazer isto, apesar dos cerca de 5 km pela frente."

Mas foi isto que aconteceu. Foi indo, indo, suando e indo até chegar. Ao chegar, às 18;30 hs, no hall de entrada novamente advinhem com quem ele se encontrou novamente. Ahahahahaha, não foi com o mesmo senhor de cabelos brancos não, não se encontrou com ninguém pois não tinha amigos em fase de faculdade, porém se escondeu no estacionamento de motos por simples receio do senhor não encontrá-lo e o levasse de volta ao centro de carona, novamente.

Às 19:00 hs em ponto, tratou de procurar o entrevistador.

Foi muito simples. O entrevistador disse ao entrevistado que não poderia empregá-lo pois este era muito franzino e não seria apto a realizar algumas tarefas, porém que voltasse a procurá-lo daqui a alguns anos. O entrevistado sem nada dizer, sorriu decepcionantemente e sifu.

Bom com tudo isso que contei, após 11 anos, ele se tornou Presidente do Diretório Acadêmico daquela Faculdade e se sentara todas as semana com o senhor de cabelos brancos dando sugestões, críticas e avaliações de interesse dos estudantes para melhorias das atividades socias, esportivas e culturais da AEDB. Este senhor de cabelos brancos que lhe dera carona ao centro quando o rapaz tinha 13 anos é o Prof Antonio Esteves, militar de formação e membro dos Vicentinos São Maurício, que além de muitas contribuições para Resende, foram os idealizadores da Vila Vicentina ( narrada no livro " Uma Luz que não se Apaga" ) e até o momento um dos grandes personagens que conhecera por sua estória de vida. E tendo esta conversa, foi a forma de homenageá-lo e lhe dizer como as coisas acontecem em nossas vidas e marcam nos ensinando.

Por fim, digo-lhe que após isso, o menino conseguiu o melhor emprego que aquela companhia oferecia, na Wander (Ovomaltine). Digo lhe que era o melhor, pois lá só empregava um menor aprendiz e era a emrpesa que melhor pagava e dava benefícios. Após o fechamento da Ovomaltine, o RH o encaminhou para RHEEM, e esta em crise o indicou para a Michelin, onde permanece até hoje.

Um comentário:

  1. Prof Esteves, morreu no dia 12/12/2009. Uma semana após postar esta estória.

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